terça-feira, 4 de junho de 2019

Capitulo 1 de Sonhos dentro de uma masmorra


Capitulo 1: Sonhos e promessas

(“Túlio sempre foi tão forte e confiante, sempre pensei que ele iria viver para sempre, acho que por isso não aproveitei tudo o que tinha para aproveitar ao lado dele.”) ­— Dan

Mais um dia de aventura do trio três covardes. Dan, Jhin e Tulio eram conhecidos por nunca saírem do segundo andar da masmorra infinita mesmo depois de alcançarem o nível dois. Porém nunca ligaram para o que falavam deles.

— Dessa vez vou mostrar para vocês minhas verdadeiras habilidades. Fufufufu!!! Vocês ficarão muito impressionados.
— Certo Dan, tenho certeza que iremos ficar boquiabertos. — Tulio responde com um sorriso.
— Hunh! Você não acredita em mim não? Diz para ele Jhin, diz!
— Ah, claro. .
— Jhin... Você podia pelo menos fingir uma reação de confiança. Vocês certamente gostam de me irritar.
— Não se preocupe Dan, você terá bastante tempo para desenvolver e mostrar suas reais habilidades — Tulio falou com um tom bem alegre para animar Dan.

O dia estava perfeito, estávamos quase chegando a masmorra quando fomos interrompidos no caminho por um grupo de aventureiros.
— Se não é o trio da vergonha ou melhor trio dos covardes. Hahaha!!! Quando vão sair do segundo andar? O medo de vocês é tão grande assim?
— Vamos Tulio, não liga para esses caras.
— O Dan tem razão, não precisamos perder nosso tempo.
— Não se preocupem meninos. Não vou fazer nada.
— Na verdade eu entendo vocês, fracos não podem avançar, caso contrário morrem.

(“Fracos não podem avançar. FRACOS NÃO PODEM AVANÇAR?”)

Seguimos nosso caminho, mas ficou visível que grupo conseguiu deixar um sentimento ruim dentro de cada um de nós.

Realmente não gostei do olhar daqueles caras. Odeio pessoas que acham que são superiores e que podem fazer e falar o que bem entendem. “Se eu pudesse eu...
— Com certeza vocês devem ter se irritado. Eu também fiquei.
Tulio ao falar isso, ficou olhando para o nada. Ficamos em silêncio. Não queríamos piorar a situação e nem deixar ele pior.
— Sou o irmão mais velho e líder de vocês, acho que não estou fazendo um bom trabalho. — Tulio estava com a mão fechada com muita força, como se fosse socar alguém, com um olhar de arrependimento, talvez. — Só quero a segurança de vocês.
Eu não conseguia responder, não sabia o que falar. E Jhin ficou em silêncio também. “Como o cara mais forte que conhecíamos estava tão para baixo?”
Após alguns segundo Jhin tomou atitude e disse:
— E o que você quer irmão? — Jhin estava mais sério do que o normal, com um olhar fico para o Tulio — O que você quer fazer?
Reparei que Tulio se surpreendeu com a indagação de Jhin. Voltou a olhar para o nada por alguns segundos e em seguida respondeu:
— Sempre tive o sonho de alcançar um andar que ninguém alcançou, ser o mais forte entre os melhores. — Tulio mudou sua feição ao falar isso, ele estava brilhando, com um olhar inabalável.
— O que falta para ir atrás do seu sonho? — Apontando para a masmorra Jhin olhava confiante para Tulio.
Após isso Tulio foi mudando sua feição e ficou meio que triste por assim dizer.
— Não quero nem pensar em arriscar perder vocês.
Lógico que tinha lógica o que ele falara, afinal todos os dias morrem aventureiros na masmorra, não era uma profissão segura sabe? Porém a morte não era algo inevitável?
— Vocês sabem que a partir do terceiro andar da masmorra a quantidade de monstros e suas habilidades são maiores. Não é a mesma coisa do segundo andar que raramente passa de um oponente por luta.
— Por que somos aventureiros então? — Pela primeira vez falei tão sério com Tulio, afinal nunca fui disso — Eu que sou seu irmão caçula tenho a coragem e determinação para morrer se necessário pelo o que eu amo fazer.
— Eu também Tulio, sempre quis ir mais além.
— VOCÊS ESTÃO FALANDO ISSO POR QUE FORAM CONFRONTADOS POR AQUELES CARAS!
— CLARO QUE NÃO! Acha mesmo isso? Será que nunca percebeu que sempre buscamos nos tornar mais fortes para que você um dia pudesse confiar em nós?
— E o que isso tem haver?
— Não é medo de nos perder. Você nos acha fracos também! Tsc.
— Claro que não é isso. Eu só não quero perd­... — Tulio nem conseguiu continuar.
— Então você nos acha fracos demais mesmo a ponto de achar que não conseguiríamos nos virar sem você?

Ficamos discutindo por alguns minutos até que decidimos avançar os andares e ir no nosso ritmo. Sem se apressar, porém sem ir devagar demais.

Naquele dia fomos fazendo o primeiro ao final do terceiro andar sem nenhuma dificuldade. Estávamos muito felizes. Uma sensação boa estava no ar.
— Uh cara! Falei que ia mostrar minhas habilidades para vocês. Viram só como sou rápido com minha espada?
— <rindo> Verdade hein. Me surpreendeu. Nem parecia você.
— Há há há ... Muito engraçado Tulio. Eu só precisava de uma motivação a mais para mostrar meu potencial.
— Sei, sei.
— Amanhã nós vamos ainda mais longe eu tenho certeza.

Tulio fez uma feição tipo de insegurança, porem antes dele abrir a boca me levantei e fui para meu quarto dormir. Eu não queria nem pensar em ficar na mesma de novo.
No dia seguinte, fizemos o mesmo caminho, e incrivelmente com um pouco mais de facilidade. Tudo estava indo muito bem. Tudo estava perfeitamente bem. Até que...
— Aaaaaahhh... Socooorrooo.. — Socooorrooo..

Vários gritos de socorro ecoando pelo corredor da masmorra chegaram até nosso grupo. Antes mesmo de pensar eu já estáva correndo na direção dos gritos para tentar ajudar. Quando cheguei no local de onde viera os gritos vi um grupo de seis pessoas cercada por lobos gigantes. Três já estavam no chão numa poça de sangue, provavelmente mortas, um estava de pé segurando os ataques de todos os lobos, protegendo duas garotas que estavam de joelho, como se já estivessem rendidas ao que estava acontecendo. Quando eu ia correr para ajudar, Jhin me segurou enquanto Tulio correu na direção dos lobos. Íamos nos dirigir a ajudar o Tulio e o cara que estava de pé protegendo as garotas, quando esse mesmo cara gritou:
— SALVEM ELAS! SALVEM ELAS! SALVEM... POR FAVOR!

Vimos em seu olhar amor e desespero ao mesmo tempo. Em meio a todo aquele sangue em suas feridas e a dor, ele só pensava em salvar elas.
— Jhin, você e o Dan, ajudem as garotas.
Túlio nunca tinha falado naquele tom de voz, por sempre estarmos juntos sabíamos que ele ia fazer algo que não íamos gostar. Ele saiu correndo na direção do lobo que estava a atacar o aventureiro que estava em pé e segurou o ataque com o seu escudo e ao mesmo tempo gritou bem forte:
— PEGUEM ELAS DUAS E SAIAM DAQUI, AGORA!
Não tínhamos muito tempo para pensar, no mesmo instante eu corri na direção delas, evitei olhar para o Tulio. Eu confio nele. Só pensei nisso. E obedeci cegamente a ordem que foi dada pelo meu líder e irmão, não pensei...
— aah — RÁAPIDOO
Um dos lobos tinha cortado profundamente o peito do Tulio. Nesse momento Jhin que estava parado ainda, correu na direção dele para ajudar.
— Nos encontramos depois Dan! ­
Quando eu estava próximo a saída e Jhin indo na direção oposta, percebi o momento que Tulio olhou para a expressão de Jhin e sem falar nenhuma palavra, com um olhar de tristeza deu um sorriso.
Quando percebi já estávamos fora da masmorra. Quando me dei conta do que tinha acontecido, tentei correr para a masmorra novamente.
Uma das garotas chorando, segurou o meu braço.
— Por favor... ajude eles.
Em seguida quando voltei a seguir na direção da masmorra, vi alguns veteranos trazendo em seus ombros o Jhin. Ele estava inconsciente e muito ferido.
— Onde estão os outros dois que estavam com ele? ­— Perguntei em choque.
Após minha pergunta os veteranos ficaram em silêncio por alguns segundos. E com um olhar sério um deles disse:
— Quando chegamos já era tarde demais.
Quase que no mesmo instante corri na direção da masmorra. Antes de chegar na entrada o mesmo veterano gritou:
— NÃO SOBROU NADA LÁ PARA VOCÊ RESGATAR.
Ao ouvir o que ele disse parei aonde estava. Não sabia o que fazer.
(“Como? Como isso pode acontecer?”)
— Cof! Cof! Dan...
Por um instante tinha esquecido de Jhin, estava perdido naquela situação, mas ao ouvi-lo voltando a consciência, volte-me para ele.
— Estou aqui irmão. Estou aqui!
Os olhares daqueles que estavam próximos a Jhin eram óbvios, todos tinham a plena certeza que já era tarde demais para Jhin também.
— N.. Não... desist... — Ele não conseguiu terminar a frase.
Um vento forte, folhas caindo e sendo levadas. O dia estava lindo, céu azul e um sol forte. O caminho até a entrada da masmorra era cheio de arvores, com uma estrada de terra, em frente a entrada tinham espaços com campos abertos com gramas perfeitas como se alguém cuidasse dali, perto de onde estávamos tinha uma grande pedra aonde costumávamos descansar antes de seguir para nossa casa. Onde jogávamos um bom tempo de conversa fora. Em meio a toda essa beleza... Jhin me deixou também.
“Se eu tivesse ajudado... Se eu tivesse ficado com eles, talvez... SE EU NÃO FOSSE TÃO...”
Fiquei paralisado, não consegui chorar, desliguei tudo que estava em mim, evitei até pensar, continuei de joelhos segurando a mão de meu irmão, olhando para o local aonde ficávamos sempre antes de seguir nosso caminho para casa. Eu tinha uma certeza, minha vida acabou.
Uma garota se aproximou de mim, ela estava com vários ferimentos e com sua vestimenta em parte rasgada, gentilmente ergueu suas mãos sobre mim, senti seu toque suave e com todo cuidado segurou meu rosto, com suas mãos move-o e me fez olhar para ela. Como é linda. Ela estava chorando também. Nos olhamos fixamente nos olhos. Compartilhamos nossa dor nesse olhar. Não consegui segurar a minha frustação e sofrimento e pensamentos. Desabei. Chorei como uma criança.
Ela me abraçou e chorou comigo.
Ficamos daquele jeito por muito tempo, tanto que, as pessoas que ali estavam foram de dispersando de pouco em pouco até sobrar somente nós três. Os três que sobreviveram.
Em seguida levamos Jhin para ser enterrado, e mesmo sem o corpo de Tulio, gastei tudo o que tinha para fazer a lapide dele. Lucy e Juno também tiveram que gastar quase tudo para fazer o mesmo pelos seus quatro amigos. Ficamos lá nos despedindo deles, conversando e até tendo uma ultima briga com eles.
— Lucy... — A outra menina tocou em seus ombros a chamando. Porém ela não se moveu, e com um gesto pediu para ela esperar mais um pouco.

Não é que a dor tinha acabado, mas, tudo o que estava preso dentro de mim, tudo que estava acumulado tinha sido deixado nas lagrimas e gritos. Eu estava mais calmo. Consciente por assim dizer.
— Obrigado... — Eu disse olhando para o chão.
— Eu também agradeço — Ela me responde com um leve sorriso.
— Eu me chamo Lucy.
— Eu me chamo Dan.
Não quis dizer “prazer em conhece-la”, acho que ela entendeu também. Não tem como ter prazer em conhecer alguém nesse dia.
— Ela se chama Juno. Ela não é muito de falar, especialmente hoje.
— Eu entendo.
Duas garotas que perderam diversas pessoas, não deve ser fácil eu pensei. E por alguma razão queria uma “luz” para saber o que eu iria fazer também.
— O que vocês vão fazer agora?
— Nosso grupo tinha um sonho. Eu quero realizar esse sonho por eles.
— Eu e meus irmãos tínhamos um também.
— Alcançar o andar que nunca antes foi alcançado. — Falamos ao mesmo tempo.

Minha primeira tentativa de light novel


Sonhos dentro de uma masmorra

PRÓLOGO

Três irmãos sempre habituados a ficar no segundo andar de uma masmorra com o objetivo de aumentar suas experiências sem se arriscar e nem com nenhuma ambição aparente. Eram conhecidos como covardes e medrosos pelos demais aventureiros da cidade onde viviam. Mesmo com uma má fama tudo estava perfeito, afinal era fácil matar todos os oponentes que apareciam e de pouco em pouco, bem devagar evoluíam o que dava.
Certo dia eles encontraram um grupo de aventureiros veteranos no caminho da masmorra que os provocaram diretamente. Mesmo sendo algo bem comum, naquele dia os insultos tinham penetrado seus corações e fez com que eles mudassem suas rotinas diárias.

No segundo dia, quando subiram ao quarto andar da masmorra escutaram gritos de desespero. Seguindo de onde vinham os gritos, encontraram um grupo de aventureiros encurralados por grandes lobos. Num momento de impulso foram ajudar e acabaram entrando na batalha sangrenta.  Infelizmente os irmãos que eram acostumados a viver numa zona de conforto se encontraram em uma situação de vida e morte, sem muito tempo para pensar e agir.

Dentro da batalha decidiram por se separarem para ajudar os aventureiros desconhecidos, uma separação que não teria mais volta. No final da batalha o irmão mais novo e duas garotas do outro grupo conseguiram sair a salvo, porém o custo foi alto, por que tanto o irmão mais novo, tanto as garotas tinham perdido tudo o que tinham.
Agora os que sobreviveram levam os sonhos daqueles que se foram. Buscam alcançar o andar que jamais fora alcançado, para realizar o sonho que naquele dia trágico foi interrompido.

No final eles conquistam muito mais do que esperam e se tornam os grandes heróis do reino.

Capitulo 1 de Sonhos dentro de uma masmorra

Capitulo 1: Sonhos e promessas (“ Túlio sempre foi tão forte e confiante, sempre pensei que ele iria viver para sempre, acho que por ...